{Migrado} Lou Salomé

Lou Salomé foi uma personalidade russa, natural de São Petersburgo, mas que viveu a maior parte de sua vida na Europa, prioritariamente, na Alemanha. Escreveu mais de 20 livros, entre contos fictícios, baseados em sua própria história, ensaios psicanalíticos, sendo considerada pelo Pai da Psicanálise como a poetisa da Psicanálise. Conheceu Nietzsche, Rilke e foi discípula de Freud, tendo um espaço privilegiado nas reuniões psicanalíticas. Atendeu até sua morte, tendo, a pedido de Freud, também atendido Anna Freud. Foi filósofa, escritora e psicanalista.
O vídeo aborda brevemente sua biografia, fazendo uma crítica do filme sobre a vida dessa personalidade, que estreou no Brasil no dia 11 de janeiro de 2018.

Assista ao vídeo clicando na imagem abaixo:

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{Migrado} Alegoria da Caverna de Platão

A Alegoria da Caverna de Platão é um texto retirado do livro “A República” de Platão. Trata-se de um tema extremamente atual, que aborda a tendência a alienação, ainda presente na sociedade. Há exemplos clássicos operando a partir dos formadores de opinião, sendo eles desde a imprensa até uma família ou cultura tradicionalista.

O filme alemão, de 1974, “O Enigma de Kaspar Hauser“, do diretor Werner Herzog, baseado no livro de Jakob Wassermann, é um exemplo marcante e extremo da Caverna de Platão, e também um filme que recomendo fortemente aos viciados em conhecimento e filosofia do comportamento humano.

Acesse o link para assistir o filme completo legendado: https://www.youtube.com/wat…

Um filme mais recente que ilustra a Alegoria da Caverna de Platão é “Matrix“, que trata de dois mundos que existem paralelamente, sendo um controlado pela mente humana (fazendo analogia ao “mundo das ideias” de Platão), e o outro tido como “real”, (ou o “mundo dos sentidos” de Platão).

Assista ao trailer do filme “Matrix” de 1999: https://www.youtube.com/wat…

Assista ao vídeo em que abordo a Alegoria da Caverna de Platão sob o viés da filosofia e psicologia, clicando na imagem abaixo:

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{Migrado} Construção

amoreconstrucaoTenho me sentido mais inteira, aberta, espontânea. É como se eu estivesse tranquila comigo mesma, em contato com quem eu realmente sou.
Não sei dizer o que veio antes ou depois. O que posso afirmar é que já estava indo ao encontro de algumas mudanças em minha vida, e isso, certamente, favoreceu essa nova descoberta…esse reencontro com a minha própria essência.

E isso fez com que eu pudesse virar uma chave bem importante sobre as nossas relações de amizade, sociais e de amor. E, mais especificamente, sobre esse sentimento tão profundo, desejado por muitos, e que tão poucas pessoas chegaram tão perto – e isso me inclui – vejo que acessá-lo é um processo de construção.

Um dia, cheguei em casa cheia de vida e repleta de amor para dar. Aí, foi quando comecei a entender que amar é tão simples. Não precisamos de muito.
O problema do amor está na carência que o anula. Quando estamos carentes de qualquer tipo de afeto, tendemos a fazer compensações e passamos a ter um foco muito voltado para o nosso ego. É como se qualquer outro que se encontre ao nosso redor e que expresse o mínimo de afeto fosse a dose certa para nos fazer voltar ao eixo de nós mesmos. Mas isso é ilusão!

A grande sacada do amor é que ele é feito sob medida, e nem todos estão preparados para percebe-lo, porque se perdem nas expectativas, na idealização do outro. E, por trás disso, está a ansiedade de que algo aconteça. A ansiedade que o outro te diga o quanto está interessado em você, que gosta de você. E esse sentimento, tão centrado no futuro repleto de irrealidades, fruto de uma carência afetiva, te cega para quem está em sua frente e que, de alguma forma, está te mostrando o tempo todo, através de sinais “não ditos”, tudo o que carrega dentro de si. As atitudes podem significar um amor sincero, que só pode ser percebido pelos mais sensíveis e preparados realmente para sua construção.

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Sim! Digo construção porque o amor jamais vem pronto em uma caixa de presentes. O amor é a construção mais bonita que duas pessoas podem fazer juntas. E essa construção se dá somente quando há um sincronismo das duas partes interessadas, quando passa a haver um interesse em comum, uma aproximação assertiva, assistencial, sem necessariamente uma ânsia por reciprocidade. O que está por trás em termos de ganho secundário é simplesmente o prazer de ver o outro bem. E essa troca envolvente, é paciente, singela. É uma troca desmedida. Basta estar atento e ter passado por experiências não tão boas, ou que tenham calejado, ou não sei… Mas é um sentimento, realmente, para poucos.

Confesso que tenho estado cada vez mais perto dele. Tenho percebido tudo isso e mais um pouco. Tenho aprendido muito na assistência, porque descobri muito do que faltava em mim: a paciência e a valorização mais do processo do que do resultado.

coracaoconstrucaoQuando passamos a aproveitar mais o processo de construção de uma história comum, com as bases firmes na confiança mútua, troca de afetos pelo simples prazer de estar junto, de ouvir e assistir; quando passamos a curtir essa construção sem a ansiedade daquilo que está por vir.

Quando, de fato, nos propomos a conhecer o outro da forma como ele realmente é, exatamente como se apresenta, com todas as qualidades e defeitos, e inúmeros problemas e, depois de saber quem é esse outro ser, ainda assim decidimos ficar, permanecer, porque essa pessoa te permite ser quem você realmente é, sem máscaras, autêntica, leve e sem freios…então, pode-se dizer que se alcançou a essência desse sentimento.

E se essa construção se decidir por continuar por tempo indeterminado, a sensação é de como se nada precisasse ser dito, simplesmente porque as atitudes valem muito mais do que as palavras. Isso pra mim é evolução, liberdade…isso pra mim é o Amor!

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O Amor como Destino

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Ainda que o processo de maturação aconteça, com a passagem cronológica da idade; ainda que pensemos na falta de tempo que temos para usufruir de tudo o que pensamos ter passado diante de nós sem que possamos ter alcançado ou atingido como meta transformadora de alguma realidade para nós ou para outras pessoas, a vida não para como um filme estático que passa diante de nós. É tudo dinâmico, rápido, até fugaz.

E aí, quando penso no amor, ele parece não caber nesse enredo, parece não combinar com a rotina, o dia a dia, ou a monotonia.
E então me dou conta que esse amor pode não ser real, visto que se trata de uma idealização imposta culturalmente através de histórias de contos de fadas.

No entanto, se me abro para enxergar o amor nas pequenas coisas: nos pequenos gestos, atitudes, em cada olhar, toque, nas diversas presenças singulares, em cada ação de ruptura, por mais paradoxo que se pareça, a chama desse poderosos sentimento começa a despontar internamente.
Assim, ele começa a ficar escancarado nas minhas atitudes de afeto, por mais novas que possam parecer. Mas, isso acontece porque me deixo envolver pelo carinho alheio, como se eu estivesse dentro de uma espiral cósmica infinita, repleta de positividade, carregada pela pluralidade infinita do que ainda não conheço, mas sei que é bom.

E, por mais distante que pareça, me sinto repleta daquilo que não sei bem o que é, mas que me permito sentir, mesmo que desconhecido. Mesmo que eu saiba que temo essa abertura que pode machucar. Mesmo que eu perca o controle, mesmo que seja insano, mesmo que já tenha dado errado uma vez e outra…

A questão é que, nunca, nada se dá da mesma forma, nada é igual. A singularidade existe até para o infinito. E é para ele que me abro, porque é lá onde mora o Amor mais puro. E ainda não sei aonde tudo isso vai me levar. A única coisa que sei é que é para onde devo me permitir ser conduzida…

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As Damas de Salerno

Neste Dia Internacional da Mulher, compartilho uma história original e, ao mesmo tempo, antiga, porém muito a frente de seu tempo.

Segue:

As damas de Salerno

Este texto é uma breve nota sobre Trótula de Ruggiero, uma sábia do século XI, a serviço da vida e da saúde das mulheres.

trotulaÉ sobejamente conhecida e reconhecida a contribuição do Renascimento ao desenvolvimento científico, em diversas áreas. Menos conhecidas e reconhecidas são as diferentes vagas de Renascimento: a dos séculos XII e XIII, a dos séculos XV e XVI, além da que se seguiu desde o século XVII…

No caso da sábia medieval Trótula de Ruggiero, trata-se do século XI, menos conhecido ainda, inclusive sob esse aspecto. Já então, Salerno tornara-se célebre como centro de medicina de referência em várias outras universidades européias. O dado mais impactante, porém, é que se tratava de um centro de medicina protagonizado por mulheres, sob a liderança de Trótula de Ruggiero.

Mais: firmando uma posição investigativa que ia de encontro à linha de interpretação dogmática sustentada pelas autoridades eclesiásticas de então… Não foi por acaso que se notabilizaram essas sábias, como as “Damas de Salerno” ou, na expressão em Latim, “Mulieres Salernitae”.

Dificilmente, prosperaria uma tal empreitada, numa época hostil à pesquisa científica (preconceitos contra as mulheres, androcentrismo, hegemonia eclesiástica…), não fosse resultado e expressão de uma comunidade científica protagonizada pelas mulheres, sob a liderança de alguém como Trótula, de indiscutível respeitabilidade científica e de afirmação da condição feminina.

Trotula de Ruggiero viveu durante o século XI. É desconhecido o ano de seu nascimento, mas não o de sua morte: 1097. Foi piorneira nos estudos científicos da Ginecologia e da Obstetrícia, sobre as quais escreveu diversas obras. Suas pesquisas se notabilizariam, de tal modo, a servirem de referência obrigatória, não apenas em seu tempo, mas com forte ressonância nas universidadades européias até o século XVI.

Tal era o reconhecimento da importância dos tratados e dos livros de Trótula, bem como das médicas que com ela atuavam na Escola de Medicina de Salerno (àquela época, em Salerno, só havia a Escola de Medicina, antes mesmo da fundação das universidades), que para lá acorriam estudantes de distintas partes da Europa, para se formarem como as médicas que lecionavam na Escola de Salerno.

Diversos são os aspectos a destacar dessa densa experiência de protagonismo feminino, em pleno século XI. Um deles tem a ver com o caráter laico dos estudos então desenvolvidos. Num contexto sócio-histórico hegemonizado por figuras masculinas, as mesmas, aliás, que compunham os setores eclesiásticos e sua ideologia, importa assinalar o perfil de autônomia daquela experiência, que passava por sua opção laica.

Em alguns relatos referentes aos estudos então desenvolvidos, encontram-se aqui e ali sinais de confronto de caráter religoso. Conta-se que, certa feita, um religioso incomodado com o fato de Trótula dedicar-se a aliviar a dor sofrida pelas mulheres, no trabalho de parto, interpelara a Trótula, com argumento bíblico: por que ela se dedicava a esse ofício, se o Gênesis relata que as mulheres hão de parir com dor e sofrimento.

Ao que Trótula responde que acha não estar fazendo mal algum, ao buscar aliviar o sofrimento das mulheres. Mais: a própria Trótula indagava se fosse o homem que parisse, gostaria de vê-lo a parir, ao mesmo tempo em que lesse o referido trecho bíblico…

Há uma outra referência ao estranhamento de um médico, ao ser chamado a se pronunciar sobre o desempenho da assistência prestada por Trótula a uma parturiente. Segundo o médico, Trótula, ao assistir o parto, teria procedido de modo heterodoxo: ela teria feito sair a criança por uma posição não convencional.

Ao que Trótula argumenta, convincente: “O importante é que consegui salvar a criança e sua mãe.” Como se percebe, há, sim, um cuidado de se exercitar um trabalho laico eficiente.

Outro aspecto não menos importante diz respeito à metodologia do trabalho. Num tempo em que se sentia a influência dos procedimentos especulativos/dedutivos de estudo, como expressão do legado helenístico, eis que as médicas da Escola de Salerno tratavam de desenvolver suas pesquisas, seguindo outro caminho: o da indução, o da observação.

Aspecto fundamental à excelência de suas descobertas nas áreas da anatomia, da fisiiologia, da ginecologia, da obstetrícia, da prevenção, das condições de saúde feminina, entre outras.

Dos escritos de Trótula, o que mais se destaca é seu trabalho intitulado De Passionibus Mulierum (Sobre as doenças da mulheres), que se compõe de 63 capítulos, em que aborda procedimentos médicos e cuidados preventivos e curativos relativos aos períodos antes, durante e depois do parto, reportando-se a problemas tais como menstruação, concepção, gravidez, parto, cuidados pós-parto, bem como doenças femininas, em geral e respectivas curas.

Algo curioso: já àquela época, Trótula sustentava que os insucessos da fecundação não se deviam apenas às mulheres: podiam estar ligados tanto às mulheres quanto aos homens.

Tão impactante foi a contribuição científica das Damas de Salerno, essas verdadeiras sábias medievais, à frente Trótula, que suscitou toda uma onda de suspeitas e difamações descabidas, a expressar a fúria e a inveja androcêntricas, a ponto de desfigurar e negar-lhe (a Trótula) a autoria da obra, atribuindo a um autor masculino, sob o pretexto de que tais descobertas estariam fora do alcance da mente feminina…

Dessas breves linhas, vale a pena ressaltar, entre outros, os seguintes pontos:

– Trótula de Ruggiero foi uma vigorosa expressão de um núcleo de mulheres pesquisadoras, pioneiras na exploração de procedimentos médicos, especialmente nas áreas da ginecologia e da obstetrícia, sem desconsiderar seu foco maior em cima dos cuidados específicos em relação à saúde das mulheres.

– Não se tratou de um protagonismo apenas individual. Seu legado aponta para um trabalaho em mutirão, envolvendo um conjunto de mulheres protagonistas dos cuidadados de sua saúde e da própria vida.

– Tal foi o alcance de sua contribuição, que elas se tornariam a principal referência junto aos grandes centros de medicina europeus.

– Inovadores, também, seus procedimentos metodológicos: apostando na observação e na indução, e não mais nos processos especulativos da dedução. Partiam da experiência concreta, e não da teoria acabada…

– Outro aspecto relevante reside na promoção da socialização dos saberes – no caso, da medicina -, como ferramenta de promoção do protagonismo dos “de baixo”, no caso, das mulheres de então. Exemplo a ser seguido hoje e estendido a todos os tipos de saberes. Não é por acaso a expansão tão frutuosa das experiências de Educação Popular, inclusive no campo da saúde, a exemplo da Terapia Comunitária.

Referências

http://www.fmujeresprogresistas.org/fichavisibilidad/Trotula.htm

http://www.radialistas.net/clip.php?id=1600036

Este texto foi produzido como uma primeira motivação ao trabaho de tradução (para o Protuguês) da obra de Trótula De Passionibus Mulierum, junto com as professoras Luciana Eleonora de F. Calado Deplagne e Karine …..como atividade proposta pelo Grupo Interdisciplinar de Estudos Medievais (cf. página eletrônica )

ALDER JULIO FERRIRA CALADO, autor deste artigo, é sociólogo e educador Popular, membro do Centro Paulo Freire de Estudos e Pesquisas. Acompanha, desde meados da década de 1960, a caminhada dos Movimentos Sociais Populares e das Pastorais Sociais, especialmente no Nordeste.